quarta-feira, junho 28, 2006

Jesus auf Deutsch

Na entrada do jogo em Dortmund, tinham alguns religiosos com uma placa "Jesus Salva", distribuindo uns folhetos.

Como sempre acho engracado ver a retórica limitada dessa galera, peguei um para mim, que compartilho com voces:




Mesmo para quem nao entende alemao, dá para sacar o que querem dizer.

Ainda nao decidi qual o "melhor", se esse em alemao, ou o outro em ingles que peguei na Escócia (já publicado aqui também).

Brasil x Gana - Dortmund

Para mim a viagem já havia comecado antes, sai de Kiel direto pra Strasbourg (Franca), mais precisamente em Kehl - fronteira no sul da Alemanha, passei por Munique, Stuttgart para entao estar em Dortmund na Terca (quem sabe faco um post mais tarde sobre essa viagem prévia).

Chegando em Dortmund, e reunindo o time: Eu, Thiago, Bruno, Herbie, Carlao e Lara, comeca finalmente as oitavas de final. Cervejinhas fora do estádio, um monte de brasileiros, esporro e bagunca.

O clima foi diferente de Berlin. Em Berlin era a estréia do Brasil, todo mundo na expectativa, sol e calor. Em Dortmund o jogo era para "cumprir tabela", nublado e friozinho.

Dentro do estádio, cada um foi pro seu lado. Dessa vez sentei no meio de um monte de alemaes secadores. Os caras tiveram as manhas de comprar camisa e bandeiras de Gana. Coisa que nao entendo... No Brasil, tu pode até secar os outros times, mas "vestir a camisa" é muita trouxisse...

Lá estava eu sentado, ouvindo o tempo todo "GANA". Já estava ficando irritado com isso, mas olhando a cara de trouxa da galera, até fiquei com pena e desencanei. O negócio é aproveitar a partida, da selecao ondeu EU nasci.

Quando o Brasil fez o primeiro gol, me virei para a galera secadora e comecei a comemorar mandando todo mundo se fuder!
No segundo, coloquei a mao atrás da orelha no estilo "cade voces que nao estou escutando?".
No terceiro, veio gente apertar minha mao hehehehe

Saindo do estádio, era a "festa do torcedor brasileiro", como diria o Galvao.

Provocacoes no estilo Fair Play - normal. O engracado era ver alguns torcedores de Gana dizendo que foram melhores, mas perderam (hummmmm OK, o médico disse para nao contrariar).

Agora que o Brasil passou, quero ver se os alemaes secadores vao vestir a camisa/bandeira da Franca no proximo jogo. Acho que deveriam se preocupar mais com a Argentina.

Depois fomos pra estacao de trem e vimos que só rolava de pegar um as 01:38 para Hamburg, chegando perto das 07h em Kiel. Entao decidimos gastar esse tempo na cidade. (o jogo foi as 17h)

Nao dá para comparar Copa do Mundo com Kieler Woche, mas foi impressionante ver que a cidade de Dortmund era toda em festa, sem perder o pique. Comecamos as 22h, e quando saimos para pegar o trem, a festa continuava no mesmo ritmo. Aqui, voce pega a melhor noite da Kieler Woche, leia-se o maior evento local, a parada já murcha depois da meia noite. Em Dortmund era festa por todos os cantos, mulata de biquini dancando, gringo babando, torcidas interagindo, gente bebendo, dancando, etc.

Só conheci mesmo a cidade na noite, e como é copa do mundo nao dá para se ter uma avaliacao real. Mas me pareceu uma cidade bem legal e festeira. A cidade em si é bem planejada: ruas largas, parte velha, parte nova. Superou as expectativas. Parabéns Dortmund!

Voltando ao jogo, até torco pra final ser Brasil x Alemanha, acho que seria melhor para o evento em si. O engracado é ver que a galera nativa realmente acredita que vao ganhar. Ficam o tempo todo cantando "Berlin, Berlin, nós vamos pra Berlin" - onde vai ser a final, ou ainda "Finale oh oh, Finale oh oh oh" (estilo Volare, Volare).

É curiosa essa diferenca. No Brasil a galera canta "Hexa Campeao", e nao "final, vamos pra final". O segundo lugar é o primeiro perdedor, como já disse o Nelson Piquet.

Para nao perder o costume, aqui vai minha foto do jogo (tem que clicar na figura para ver maior):

sábado, junho 17, 2006

Do babaca e do palhaco.

Acho que poucas vezes postei em dias seguidos, mas o que aconteceu hoje merece um comentário.
Quando eu entrei no estádio pro jogo contra a Croácia, perguntei pra uma pessoa da organizacao onde era o banheiro. Ela me indicou ir pra esquerda e eu fui seguindo (o banheiro era pra direita). Assim, cheguei em um lugar com uma cordinha. Pensando que o banheiro era mais pra frente, passei por baixo da cordinha e segui procurando. Entao comecei a ver uns reporteres da globo, um monte de gente com crachás e cameras. Pois é, eu estava na parte da imprensa. Acontece que um pouco antes de eu ser expulso de lá eu avistei o pessoal do Casseta & Planeta. Primeiro veio o Claudio Manuel, depois o Beto Silva e o Hélio de la Peña. Por último veio o Bussunda. Foi engracado ver essas pessoas ao vivo. Eles são bem mais baixos e velhos do que eu imaginava. De qualquer forma, antes de sair, ainda consegui tascar essa foto. Foi a primeira e última vez que vi o Bussunda.



Outro fato interessante aconteceu agora pouco. O Johnny já tinha comentado que o babaca do Otávio Mesquita tava com a camisa da Croácia no jogo e que a gente encontrou com ele perto do muro de Berlin no dia seguinte. Hoje, quando tava olhando as fotos, pra mostrar pro Johnny a minha "última foto do Bussunda", a gente encontrou essa foto aqui. É do Check Point Charlie, o ponto de entrada pra Berlin na época do muro. E não é que o babaca atrapalhou a nossa foto? E só agora que a gente percebeu que ele tava ali.




O Brasil perdeu um bom palhaco. E ficou com um babaca.
Abracos.
Bart

sexta-feira, junho 16, 2006

Kiel & Berlin

Pois é, nao estou sendo exatamente um bom blogueiro. No time at all.
Tô devendo meu post sobre o show do Belle & Sebastian e ainda sobre nossa ida a Londres. Prometo que ainda vem. O johnny já escreveu umas impressões iniciais da nossa ida a Berlin, mas eu tinha prometido escrever um pouco mais. Entao aqui vai.
A história comeca com a chegada do Bruno em Kiel, no sabado a noite. Depois de passar o dia jogando num campeonato de handball de campo fui busca-lo na Bahnhof. Tomamos uma até o quanto ele aguentou. Imagina, o cara já é famoso por dormir em qualquer canto, depois de uma viagem dessas entao. Bom, no dia seguinte fomos à praia. Normalmente nessa época do ano o tempo tá uma porcaria, pois está chegando a Kieler Woche (www.kielerwoche.de). Mas o Bruno deu sorte, deve ter feito uns 27 graus. Ficamos na praia a tarde toda e ficamos bronzeados pra seguir pra Berlin. Infelizmente o Bruno ainda nao tava acostumado com a temperatura da agua aqui e nao conseguiu ficar muito nadando, nem com a Vodka com Sprite que serviu de aquecimento. Mas pra mim e pro johnny tava até quente (olha que o johnny se aventurou a dar uma volta nadando nas pedras! Infelizmente nao tenho fotos da praia aqui, tenho que pegar com o bruno).
Dia seguinte, segunda feira, nada de muito interessante. Passeadinha pela cidade tomando cerveja, tava quente demais ainda. De noite pegamos um trem pra Berlin (um ICE, que eh o trem mais rapido aqui, já que a galera tá munida de um WMPass). Em Hamburgo encontramos já uns brasileiros, como o johnny explicou. Estranho. Estamos alemaes demais. Em Berlin encontramos o Henrik, com seu característico jeito alemão (beeeeeeeeeem mais que a gente). Querendo ser um bom anfitrião, mas sem conhecer nada de Berlin direito (pô, o cara mora a uns meses por lá já) ele arranjou pra gente um lugar pra comer um Dönner meio que pequeno, do lado de um "Rodizio" brasileiro, cheio de brasileiros com cara de recém chegados. De novo surgiu o espírito germânico na gente e saiu a crítica. Cacete, os caras vem do Brasil até aqui e, ao invés de comer alguma coisa diferente, experimentar o que tem por aqui, vão direto pra um rodízio comer churrasco (fora a fortuna que deve custar). De qualquer forma, depois disso só sobrou ir dormir mesmo. O Johnny então descobriu porque eu andava sonolento nos ultimos dias. Eu dormi 2 dias no mesmo quarto que o Bruno. Quer dizer, ele dormiu, eu fiquei deitado e passei a noite tendo flashes, dormindo um pouco, acordando, pensando estar sendo atropelado ou cortado por uma serra elétrica, aquilo que todo mundo que já dormiu perto do Bruno conhece. Agora o Johnny conheceu.
Entao chegou terca feira, o grande dia. A gente acordou e foi encontrar a Debi e o Nicolas. Comemos e fomos andar pela cidade. O ponto alto ficou com os bagulhetes que a Debi trouxe. Imagina só a gente andando todo de verde-amarelo com umas cornetas, vagando pela cidade. Ok, a cidade tá cheia de gente assim, mas ninguem fica cornetando ao meio dia no shopping. Foi massa assustar uns alemaes. Depois ainda tive que tomar um banho no chafariz da Alexander Platz porque caiu cerveja em mim. Entao aconteceu o que eu acho que foi o grande problema do dia. Eram umas 14 ou 15 horas e a gente tava no clima ideal de entrar no jogo. A bebida tinha subido perfeita, animacao total, calor. Mas ainda faltavam umas 6 horas pro jogo. Entao a gente ficou na entrada do Fan Mile enchendo o saco de todo mundo que passava, muito bom. O Fan Mile é uma área cercada bem na frente do Brandenburger Tor. Eu ainda nao to com as fotos de lá, que estão com o Bruno, mas depois tento pôr. O pessoal fechou essa área que fica entre o Siegesäule e o Tor, com o Tiergarten ao redor, e colocaram vários telões e barracas de bebidas. Nessa hora eu já percebi que tinha croata pra cacete na cidade. Eles não eram tão animados como os brasileiros, mas ficavam mais juntos, aglomerados.



Quando deu umas 18 a gente foi pro estádio. Essa foi a melhor parte, eu acho. No S-Bahn (trem urbano) já tava lotado de brasileiros. Na hora que a gente chegou na estacao do estádio teve até uma meio-que-passeata dos brasileiros, com direito a batucada e muita animacao. Parecia que a gente ia dominar tudo. Aqui tem umas fotos que tirei assim que entrei no estádio. Dá pra ver que tinha gente de monte e que estava meio a meio a divisao brasileiros/croatas. Eu acho que fora do estádio a gente tava fazendo mais barulho e tava mais animado. Acontece que voces sabem como são brasileiros. Provavelmente uma boa parte tava por ali só pra fazer festa e nem tinha ingresso pra entrar no estádio. Ainda mais que teve um show da Ivete Sangalo ali perto antes do jogo.



Quando a gente entrou no estádio, a gente se separou. Então eu tenho aqui umas fotos que eu tirei, depois vou tentar pegar as fotos de outros angulos que o resto do pessoal tirou. Como voces podem ver nessa foto, quando eu entrei ainda nao tinha ninguem. Faltava uma hora pro jogo comecar e eu fiquei lá só enrolando. Mas nao demorou muito pra eu perceber que tinha tido azar. Pelas minhas fotos voces vêm que eu via um monte de brasileiros amontoados. Depois eu quero pegar umas fotos do pessoal, tiradas pro meu lado, pois eu tava bem no meio da torcida croata. Bem no meio nao. Pra minha esquerda, bem grudados, separados por uma parede de vidro (da pra ver na ultima foto), tava um bloco que era o grosso da torcida croata. Pra minha direita tambem tinha uma grande parte de croatas. E no bloco em que eu estava tinham um monte de alemaes, alguns vestidos com a camisa do brasil, outros da croacia. Brasileiro mesmo, só eu. Foi estranho cantar o hino sozinho (hino este que foi deprimentemente cortado na parte principal).



Voces todos viram o jogo, entao nao tem muito o que dizer. Só digo que, pela minha impressao, a torcida croata era composta basicamente por homens jovens, gente que vai em campo no país deles e que provavelmente vieram de carro pra Berlin. A brasileira era composta por alguns jovens, mas a maioria era por estrangeiros e, quando eram brasileiros, a maioria parecia ser familia, mulheres, criancas, gente que pode pagar vir pra cá. O resultado é que a torcida croata cantou o jogo todo, fez barulho demais, soltou fogos, dominou o estádio cantando músicas que todos conheciam. Pode ser somente a minha impressao, pois eu estava longe dos brasileiros e muito perto dos croatas, mas a única coisa que deu pra ouvir da torcida brasileira foi um "eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor". Sem falar nas tentativas frustradas de fazer olas.
Vale uma nota sobre o estádio olímpico. Animal. Animal. Animal. Enorme, organizado, bonito, com cadeiras oks (confortaveis seria demais), bem sinalizado, com teloes muito bons e uma aparelhagem de som impressionante.
Acabou o jogo e ninguém estava satisfeito. Os croatas tinham perdido e a gente tinha jogado mal. Mas o legal é que nao teve briga nenhuma, tudo ocorreu na maior tranquilidade e fomos comer mais um Dönner. Nessa noite o Bruno conseguiu se superar e acordou até o Henrik no outro quarto. Eu imagino que o Guincho, cachorro portugues do Henrik, tambem tenha ficado incomodado. Dia seguinte, quarta, nao deu pra fazer muita coisa. Tomamos um café da manha com um hamburger duplo no Burger King e visitamos a cidade, eu servindo de guia pro Johnny, Debi e Nicolas. O Bruno se separou da gente e seguiu pra Praga ( a gente se encontra ainda as oitavas em dortmund e nas quartas em frankfurt). Umas 5 horas a gente pegou o provavelmente unico ICE que vinha direto pra Kiel e ainda chegamos a tempo de ver a Alemanha ganhar da Polonia nos acrescimos. E a tempo de ouvir alemaes gritando até as 3am.
Fica meu abraco e até as oitavas.
Bart























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[aproveitando o post, coloco aqui a minha foto também ;) ]

Brasil x Croácia

Planeta Terra. Cidade Berlin. Jogo de estréia da seleção brasileira!

A viagem rumo à copa já começou em Hamburg, onde pegamos o trem para Berlin. Na estação de trem já estava toda a brasileirada no clima. Estávamos em 3: eu, Thiago e o Bruno (recém chegado especialmente pra copa), todos com camisa brasileira. Nisso já chegou um cara apertando a mão, dizendo ser soteropolitano, e antes mesmo de dizer qualquer outra coisa, começou a narrar a sua viagem para a Suécia – “cheio de mulher gostosa pra caralho”.

Quem perguntou? Essa é a tal informalidade brasileira que une os povos, se mete na vida alheia, etc. Nesse meio tempo ia acumulando mais brasileiros na roda. Detalhe comum é que ninguém tinha ticket e nem lugar para dormir em Berlin.

Outras perguntas freqüentes: “tem ticket?” “quanto pagou” “vai ficar onde?” “como faço para conseguir um?”. A villa estava mais “teutônica” e não respondia muito, mas o Bruno – desavisado, ficava respondendo a galera, aumentando os olhares amarelos de inveja. Sem hipocrisia. A partir daí a gente já combinou: nada de ficar falando pra galera que tem ingresso, lugar pra ficar, etc.

Bom, vamos ao dia do jogo! Acordamos, vestimos a amarelinha e fomos pro centro encontrar um casal de amigos: Débi e Nicholas, vindos de London para o jogo. Antes de chegar no centro, por onde a gente andava todos apontavam o dedo, principalmente as crianças que diziam “Brasil vai ser campeão”, etc. Rodeavam, queriam puxar conversa com os brasileiros. Era o nosso dia!

Foi legal esse encontro porque cada um contribuiu de alguma maneira para a torcida:

- A Débi trouxe cornetas, perucas, adesivos;

- o Bruno participava da interação com a galera – diplomacia brasileira.

- o Thiago era o cara que sabia de todos os detalhes técnicos, se o cara chuta com a perna direita ou esquerda, nome da galera, etc

- e eu era o cara que enchia o saco dos outros. Passava croata eu falava que iam perder de goleada, passava argentino – chamava de boludo, passava gaúcho – cantava “ga-ú-cho vi-a-do”, sobrou até para os criciumences e sua terceira divisão. E por ai vai, cada povo que eu via reunido, falava algo para tirar um sarro. Faz parte do futebol.

Depois de muita cornetada, cervejas, sol e barulho, chegamos ao estádio. Ai cada um foi pro seu lugar (separados) e começou o espetáculo!

Quando estava andando para o meu lugar, encontrei o Bussunda e mais alguns cassetas. Destaque pro palhaço do Octávio Mesquita – que estava vestindo a camisa da seleção croata...(o curioso foi encontrar ele de novo, no dia seguinte, no museu do Muro de Berlin).

Onde sentei não tinha muitos brasileiros, eram na sua maioria gringos (principalmente alemães) com a amarelinha. Usando a informalidade brasileira me juntei com um mineiro sentado na frente, e outro carioca na fila de trás, e já fizemos a nossa torcida.

Muitos palavrões, muitos pedidos (“tira o gordo e coloca o Robinho”), aplausos e vaias.

O jogo em si poderia ter sido beeeeemmmm melhor, na verdade tirou um pouco do brilho do dia... Se tivesse metido uma goleada, a festa teria sido bem grande!

Terminada a partida, sobraram algumas lições do primeiro jogo: não beber no estádio. Um copo de cerveja de 400ml estava 4 euros, mais 1 de Pfand (preço pago pelo copo, que pode ser devolvido). Só para ter uma idéia, no supermercado vc compra 500ml por cerca de 80 centavos. Fora outras coisinhas. Nos próximos 2 jogos que iremos assistir, certamente já estaremos mais espertos quanto à isso. No dia seguinte aproveitamos para dar uns passeios em Berlin, ver alguns museus, muro, etc. Cidade bem interessante! Detalhe para o contraste arquitetônico. Tenho algumas fotos, depois eu publico por aqui!

Até a próxima partida!


terça-feira, junho 06, 2006

FIFA Weltmeisterschaft 2006

Precisa dizer alguma coisa?



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ps.: engracado os sinais na parte traseira do ticket: