sexta-feira, junho 16, 2006

Kiel & Berlin

Pois é, nao estou sendo exatamente um bom blogueiro. No time at all.
Tô devendo meu post sobre o show do Belle & Sebastian e ainda sobre nossa ida a Londres. Prometo que ainda vem. O johnny já escreveu umas impressões iniciais da nossa ida a Berlin, mas eu tinha prometido escrever um pouco mais. Entao aqui vai.
A história comeca com a chegada do Bruno em Kiel, no sabado a noite. Depois de passar o dia jogando num campeonato de handball de campo fui busca-lo na Bahnhof. Tomamos uma até o quanto ele aguentou. Imagina, o cara já é famoso por dormir em qualquer canto, depois de uma viagem dessas entao. Bom, no dia seguinte fomos à praia. Normalmente nessa época do ano o tempo tá uma porcaria, pois está chegando a Kieler Woche (www.kielerwoche.de). Mas o Bruno deu sorte, deve ter feito uns 27 graus. Ficamos na praia a tarde toda e ficamos bronzeados pra seguir pra Berlin. Infelizmente o Bruno ainda nao tava acostumado com a temperatura da agua aqui e nao conseguiu ficar muito nadando, nem com a Vodka com Sprite que serviu de aquecimento. Mas pra mim e pro johnny tava até quente (olha que o johnny se aventurou a dar uma volta nadando nas pedras! Infelizmente nao tenho fotos da praia aqui, tenho que pegar com o bruno).
Dia seguinte, segunda feira, nada de muito interessante. Passeadinha pela cidade tomando cerveja, tava quente demais ainda. De noite pegamos um trem pra Berlin (um ICE, que eh o trem mais rapido aqui, já que a galera tá munida de um WMPass). Em Hamburgo encontramos já uns brasileiros, como o johnny explicou. Estranho. Estamos alemaes demais. Em Berlin encontramos o Henrik, com seu característico jeito alemão (beeeeeeeeeem mais que a gente). Querendo ser um bom anfitrião, mas sem conhecer nada de Berlin direito (pô, o cara mora a uns meses por lá já) ele arranjou pra gente um lugar pra comer um Dönner meio que pequeno, do lado de um "Rodizio" brasileiro, cheio de brasileiros com cara de recém chegados. De novo surgiu o espírito germânico na gente e saiu a crítica. Cacete, os caras vem do Brasil até aqui e, ao invés de comer alguma coisa diferente, experimentar o que tem por aqui, vão direto pra um rodízio comer churrasco (fora a fortuna que deve custar). De qualquer forma, depois disso só sobrou ir dormir mesmo. O Johnny então descobriu porque eu andava sonolento nos ultimos dias. Eu dormi 2 dias no mesmo quarto que o Bruno. Quer dizer, ele dormiu, eu fiquei deitado e passei a noite tendo flashes, dormindo um pouco, acordando, pensando estar sendo atropelado ou cortado por uma serra elétrica, aquilo que todo mundo que já dormiu perto do Bruno conhece. Agora o Johnny conheceu.
Entao chegou terca feira, o grande dia. A gente acordou e foi encontrar a Debi e o Nicolas. Comemos e fomos andar pela cidade. O ponto alto ficou com os bagulhetes que a Debi trouxe. Imagina só a gente andando todo de verde-amarelo com umas cornetas, vagando pela cidade. Ok, a cidade tá cheia de gente assim, mas ninguem fica cornetando ao meio dia no shopping. Foi massa assustar uns alemaes. Depois ainda tive que tomar um banho no chafariz da Alexander Platz porque caiu cerveja em mim. Entao aconteceu o que eu acho que foi o grande problema do dia. Eram umas 14 ou 15 horas e a gente tava no clima ideal de entrar no jogo. A bebida tinha subido perfeita, animacao total, calor. Mas ainda faltavam umas 6 horas pro jogo. Entao a gente ficou na entrada do Fan Mile enchendo o saco de todo mundo que passava, muito bom. O Fan Mile é uma área cercada bem na frente do Brandenburger Tor. Eu ainda nao to com as fotos de lá, que estão com o Bruno, mas depois tento pôr. O pessoal fechou essa área que fica entre o Siegesäule e o Tor, com o Tiergarten ao redor, e colocaram vários telões e barracas de bebidas. Nessa hora eu já percebi que tinha croata pra cacete na cidade. Eles não eram tão animados como os brasileiros, mas ficavam mais juntos, aglomerados.



Quando deu umas 18 a gente foi pro estádio. Essa foi a melhor parte, eu acho. No S-Bahn (trem urbano) já tava lotado de brasileiros. Na hora que a gente chegou na estacao do estádio teve até uma meio-que-passeata dos brasileiros, com direito a batucada e muita animacao. Parecia que a gente ia dominar tudo. Aqui tem umas fotos que tirei assim que entrei no estádio. Dá pra ver que tinha gente de monte e que estava meio a meio a divisao brasileiros/croatas. Eu acho que fora do estádio a gente tava fazendo mais barulho e tava mais animado. Acontece que voces sabem como são brasileiros. Provavelmente uma boa parte tava por ali só pra fazer festa e nem tinha ingresso pra entrar no estádio. Ainda mais que teve um show da Ivete Sangalo ali perto antes do jogo.



Quando a gente entrou no estádio, a gente se separou. Então eu tenho aqui umas fotos que eu tirei, depois vou tentar pegar as fotos de outros angulos que o resto do pessoal tirou. Como voces podem ver nessa foto, quando eu entrei ainda nao tinha ninguem. Faltava uma hora pro jogo comecar e eu fiquei lá só enrolando. Mas nao demorou muito pra eu perceber que tinha tido azar. Pelas minhas fotos voces vêm que eu via um monte de brasileiros amontoados. Depois eu quero pegar umas fotos do pessoal, tiradas pro meu lado, pois eu tava bem no meio da torcida croata. Bem no meio nao. Pra minha esquerda, bem grudados, separados por uma parede de vidro (da pra ver na ultima foto), tava um bloco que era o grosso da torcida croata. Pra minha direita tambem tinha uma grande parte de croatas. E no bloco em que eu estava tinham um monte de alemaes, alguns vestidos com a camisa do brasil, outros da croacia. Brasileiro mesmo, só eu. Foi estranho cantar o hino sozinho (hino este que foi deprimentemente cortado na parte principal).



Voces todos viram o jogo, entao nao tem muito o que dizer. Só digo que, pela minha impressao, a torcida croata era composta basicamente por homens jovens, gente que vai em campo no país deles e que provavelmente vieram de carro pra Berlin. A brasileira era composta por alguns jovens, mas a maioria era por estrangeiros e, quando eram brasileiros, a maioria parecia ser familia, mulheres, criancas, gente que pode pagar vir pra cá. O resultado é que a torcida croata cantou o jogo todo, fez barulho demais, soltou fogos, dominou o estádio cantando músicas que todos conheciam. Pode ser somente a minha impressao, pois eu estava longe dos brasileiros e muito perto dos croatas, mas a única coisa que deu pra ouvir da torcida brasileira foi um "eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor". Sem falar nas tentativas frustradas de fazer olas.
Vale uma nota sobre o estádio olímpico. Animal. Animal. Animal. Enorme, organizado, bonito, com cadeiras oks (confortaveis seria demais), bem sinalizado, com teloes muito bons e uma aparelhagem de som impressionante.
Acabou o jogo e ninguém estava satisfeito. Os croatas tinham perdido e a gente tinha jogado mal. Mas o legal é que nao teve briga nenhuma, tudo ocorreu na maior tranquilidade e fomos comer mais um Dönner. Nessa noite o Bruno conseguiu se superar e acordou até o Henrik no outro quarto. Eu imagino que o Guincho, cachorro portugues do Henrik, tambem tenha ficado incomodado. Dia seguinte, quarta, nao deu pra fazer muita coisa. Tomamos um café da manha com um hamburger duplo no Burger King e visitamos a cidade, eu servindo de guia pro Johnny, Debi e Nicolas. O Bruno se separou da gente e seguiu pra Praga ( a gente se encontra ainda as oitavas em dortmund e nas quartas em frankfurt). Umas 5 horas a gente pegou o provavelmente unico ICE que vinha direto pra Kiel e ainda chegamos a tempo de ver a Alemanha ganhar da Polonia nos acrescimos. E a tempo de ouvir alemaes gritando até as 3am.
Fica meu abraco e até as oitavas.
Bart























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[aproveitando o post, coloco aqui a minha foto também ;) ]

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