A Carência.
A carência é algo engraçado. Atua de diversas formas e situações.
Pode ser econômica, espiritual, intelectual, etc, mas sua forma preferida é emocional.
Muita gente é carente. Carente de amigo, carente de amores, carente de atenção, carente até de redes sociais.
Essa última, é uma saga em busca de amigos virtuais, elevando o número de contatos inúteis, resultando também numa carência exibicionista – quem pode mostrar mais, mesmo não tendo nada de interessante para mostrar.
Tem gente que exerce sua carência social ao extremo, forçando intimidade e amizade. Tem gente que fica até agressiva nesse espírito.
O mais interessante é que quanto maior é a carência, menos visão se tem. Os mais desesperados são os que menos entendem os cortes. É fato.
O pior nesse caso é ser alvo de abraços e afagos completamente desnecessários. Aquela apertada de mão quase-infinita, junta de outra mão apoiada no ombro, ou ainda um beijo extremamente indesejado na cabeça, no rosto, ou em qualquer outra parte em que o carente consegue ter acesso.
Ai não tem simpatia, sal-grosso ou macumba que separe. Nem adianta recorrer à máxima do “relaxa e goza”. Não tem como gozar, só chorar.
Apelos também fazem parte, muitas vezes jogando a “amizade” como moeda de troca.
Pensando bem, a carência não é algo engraçado. É simplesmente perturbadora. Dá para rir da carência, mas só quando se tem uma distância segura, e acredite: não vai acontecer.
Mas no final das contas também sou um carente, te fazendo perder tempo lendo esse texto...
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2 comentários:
Nao sei se rio ou se choro...
Se eu soubesse que um dia só longe de casa ia te deixar tão carente... ehehehehhee Muito legal o texto... ainda mais colocando rosto nos carentes e acarinhados. E... entre rir e chorar... ai! Vou me somar a lista dos carentes por uma resposta... :)Beijos mil!
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