Como sempre acho engracado ver a retórica limitada dessa galera, peguei um para mim, que compartilho com voces:
Ainda nao decidi qual o "melhor", se esse em alemao, ou o outro em ingles que peguei na Escócia (já publicado aqui também).
Planeta Terra. Cidade Berlin. Jogo de estréia da seleção brasileira!
A viagem rumo à copa já começou em Hamburg, onde pegamos o trem para Berlin. Na estação de trem já estava toda a brasileirada no clima. Estávamos em 3: eu, Thiago e o Bruno (recém chegado especialmente pra copa), todos com camisa brasileira. Nisso já chegou um cara apertando a mão, dizendo ser soteropolitano, e antes mesmo de dizer qualquer outra coisa, começou a narrar a sua viagem para a Suécia – “cheio de mulher gostosa pra caralho”.
Quem perguntou? Essa é a tal informalidade brasileira que une os povos, se mete na vida alheia, etc. Nesse meio tempo ia acumulando mais brasileiros na roda. Detalhe comum é que ninguém tinha ticket e nem lugar para dormir em Berlin.
Outras perguntas freqüentes: “tem ticket?” “quanto pagou” “vai ficar onde?” “como faço para conseguir um?”. A villa estava mais “teutônica” e não respondia muito, mas o Bruno – desavisado, ficava respondendo a galera, aumentando os olhares amarelos de inveja. Sem hipocrisia. A partir daí a gente já combinou: nada de ficar falando pra galera que tem ingresso, lugar pra ficar, etc.
Bom, vamos ao dia do jogo! Acordamos, vestimos a amarelinha e fomos pro centro encontrar um casal de amigos: Débi e Nicholas, vindos de London para o jogo. Antes de chegar no centro, por onde a gente andava todos apontavam o dedo, principalmente as crianças que diziam “Brasil vai ser campeão”, etc. Rodeavam, queriam puxar conversa com os brasileiros. Era o nosso dia!
Foi legal esse encontro porque cada um contribuiu de alguma maneira para a torcida:
- A Débi trouxe cornetas, perucas, adesivos;
- o Bruno participava da interação com a galera – diplomacia brasileira.
- o Thiago era o cara que sabia de todos os detalhes técnicos, se o cara chuta com a perna direita ou esquerda, nome da galera, etc
- e eu era o cara que enchia o saco dos outros. Passava croata eu falava que iam perder de goleada, passava argentino – chamava de boludo, passava gaúcho – cantava “ga-ú-cho vi-a-do”, sobrou até para os criciumences e sua terceira divisão. E por ai vai, cada povo que eu via reunido, falava algo para tirar um sarro. Faz parte do futebol.
Depois de muita cornetada, cervejas, sol e barulho, chegamos ao estádio. Ai cada um foi pro seu lugar (separados) e começou o espetáculo!
Quando estava andando para o meu lugar, encontrei o Bussunda e mais alguns cassetas. Destaque pro palhaço do Octávio Mesquita – que estava vestindo a camisa da seleção croata...(o curioso foi encontrar ele de novo, no dia seguinte, no museu do Muro de Berlin).
Onde sentei não tinha muitos brasileiros, eram na sua maioria gringos (principalmente alemães) com a amarelinha. Usando a informalidade brasileira me juntei com um mineiro sentado na frente, e outro carioca na fila de trás, e já fizemos a nossa torcida.
Muitos palavrões, muitos pedidos (“tira o gordo e coloca o Robinho”), aplausos e vaias.
O jogo em si poderia ter sido beeeeemmmm melhor, na verdade tirou um pouco do brilho do dia... Se tivesse metido uma goleada, a festa teria sido bem grande!
Terminada a partida, sobraram algumas lições do primeiro jogo: não beber no estádio. Um copo de cerveja de 400ml estava 4 euros, mais 1 de Pfand (preço pago pelo copo, que pode ser devolvido). Só para ter uma idéia, no supermercado vc compra 500ml por cerca de 80 centavos. Fora outras coisinhas. Nos próximos 2 jogos que iremos assistir, certamente já estaremos mais espertos quanto à isso. No dia seguinte aproveitamos para dar uns passeios em Berlin, ver alguns museus, muro, etc. Cidade bem interessante! Detalhe para o contraste arquitetônico. Tenho algumas fotos, depois eu publico por aqui!
Até a próxima partida!