domingo, junho 17, 2007

Top 5 - Pagando O Pato

Estou reformando o site do Pagando O Pato, em breve farei um post anunciando as mudancas (talvez nao tao breve assim). Mas o que quero falar agora é que com essa reforma, reli todo o material publicado e acabei escolhendo um "top 5" das tiras.

Normalmente o que acontece no site é: as que acho melhores, ninguém gosta; as que acho piores, sao as populares. Entao essa selecao de 5 tiras vai mostrar um "tira-teima" do meu humor.

Top 5 - Pagando O Pato:


1 - "O único malicioso do mundo (006)"




2 - "Flexibilizacao da hipocrisia (243)"




3 - "Aborto barato (207)"




4 - "Vida natural (237)"




5 - "A melhor desculpa de todas! (023)"




Assim ficou meu top 5. Qual seria o teu?

sábado, junho 02, 2007

Tudo muito errado

Eu abro a pagina da UOL e essas são as principais noticias. Tem algo de muito errado nesse mundo.


"Lula repudia críticas de Chávez e cobra explicações de embaixador"

Inexplicável como ainda existe no mundo governantes como esses. Um tenta censurar a TV criando basicamente censura previa governamental. O outro simplesmente desliga a TV.

"Estudantes decidem permanecer na reitoria por tempo indeterminado"

Eu acho que existe muita coisa de ruim sendo feita pelos governos por aí e sei também como a educação é importante e não ganha a devida atenção. Mas essa ultima de mostrar as contas, eu acho bom demais. Vão obrigar as universidades a mostrar pra onde tá indo o dinheiro, o que é muito lógico. Quem paga imposto tem todo o direito de saber onde ele tá sendo gasto. Eu acho é que tem muita gente sem nada pra fazer. Sinceramente, não me lembro da última vez na minha vida em que eu tive um mês inteiro livre, de férias, pra ficar acampado numa reitoria.

"Evo joga futebol a 5300 m para protestar contra medida da Fifa"

Só. Sem comentários.

"Alemão estréia neste domingo o 'Paredão do Alemão'"

Acho que tô a muito tempo fora do brasil, mas quem raios seria alemão? O cara deve ser algum alemão muito importante mesmo, já que, num país em que qualquer pessoa com pele mais branquinha já ganha o apelido de "alemão", usar "alemão" na capa da UOL o identifica.

"Cony lava as mãos e diz por que seu livro se chama 'Pilatos'"

Esse aí é o cara que recebe uma bolada mensal porque "não recebeu promoções no emprego devido a ditadura" né? Como ele provou que ele receberia promoções eu nao sei. Outro é nosso presidente, que recebe pensão por ter sido perseguido. Realmente, luta contra a ditadura não era um protesto, mas sim um investimento.

"Enquete: e você, o que achou do empate?"

É muito estranho que tem um espaço pra "participação do internauta" em matérias/assuntos tão estúpidos. Agora, quando tem alguma matéria falando alguma merda, não tem lugar pra escrever. Como aquela reportagem idiota do "corpo humano em 4D", em que não é explicado qual é a quarta dimensão representada pelo modelo. Se não vai falar direito, não fala.

Pois é, um velho ranzinza. Com certeza serei um.

segunda-feira, maio 21, 2007

domingo, maio 20, 2007

Robocínio - 001


ROBOCINIO
(post reeditado)


"Robocínio"
é um novo personagem que estou trabalhando no momento. Ainda em fase de testes.

sexta-feira, maio 04, 2007

terça-feira, maio 01, 2007

Sucesso Forçado (texto n.22)

O sucesso forçado está ai.
Está no dia.
Está na noite.

O sucesso forçado está também na necessidade de exibir a felicidade. Fotos abraçados. A galera, um punhado dos teus 487 amigos registrados. A tal bala mágica chamada balada, que derrete na boca congelando o sorriso brilhante! Sempre limpo, sempre de bom hálito.

O sucesso forçado está naquele colega que depois de longo tempo sem contato manda noticias para dizer que está de viagem pela Europa, como se uma viagem turística fosse realmente alguma façanha, um mérito, e não uma pura questão monetária (99% das vezes bancada pelo bolso do papai).

O sucesso forçado está na falsa liberação sexual que beira a um modelo altamente repressor. O sexo pelo sexo. Não acompanha nenhuma liberação mental, apenas auto-escravidão sexual. O paraíso privado.

O sucesso forçado que está na pressão da estética. Na preocupação desesperada em emagrecer, estar em forma. Não para si, mas para o que está atrás da porta da casa. Sem nenhuma utilidade, nenhuma usabilidade.

O sucesso forçado do país dos juniores. O Júnior que se elege para deputado, mas que nunca fez porra nenhuma na vida. Mas é a extensão do sucesso forçado paterno. Destaque da coluna social.

O sucesso forçado está na necessidade de afirmação, da necessidade debilóide de dizer para o máximo de pessoas possíveis que “deu certo”, ou que “está numa boa”. Todos príncipes, já disse Fernando Pessoa.

O sucesso forçado está ai. Faz tempo.

A crítica não é nova, nem a merda. Só as moscas.





domingo, abril 29, 2007

Novo Layout

Post inaugural do novo layout do blog da Villa, especialmente bolado por este que vos escreve.

Para quem tiver saudades do antigo visual, basta acessar o antigo blog.

Espero que gostem dessa nova versão!

terça-feira, abril 17, 2007

Mundo Melhor




mais no site da Lupe: "Lupevision" - uma das melhores desenhistas que vi na net

domingo, abril 15, 2007

sábado, março 31, 2007

The Genius of the Crowd





there is enough treachery, hatred violence absurdity in the average
human being to supply any given army on any given day

and the best at murder are those who preach against it
and the best at hate are those who preach love
and the best at war finally are those who preach peace

those who preach god, need god
those who preach peace do not have peace
those who preach peace do not have love

beware the preachers
beware the knowers
beware those who are always reading books
beware those who either detest poverty
or are proud of it
beware those quick to praise
for they need praise in return
beware those who are quick to censor
they are afraid of what they do not know
beware those who seek constant crowds for
they are nothing alone

beware the average man the average woman
beware their love, their love is average
seeks average

but there is genius in their hatred
there is enough genius in their hatred to kill you
to kill anybody
not wanting solitude
not understanding solitude
they will attempt to destroy anything
that differs from their own
not being able to create art
they will not understand art
they will consider their failure as creators
only as a failure of the world
not being able to love fully
they will believe your love incomplete
and then they will hate you
and their hatred will be perfect

like a shining diamond
like a knife
like a mountain
like a tiger
like hemlock

their finest art

Charles Bukowski


quinta-feira, março 29, 2007

Pagando O Pato - tira randômica




Para quem quer ter uma tira do Pagando O Pato no seu site/blog basta inserir o código:


<a href="http://www.pagandoopato.com.br" target="_blank">
<img src="http://www.mutacao.com.br/pato/strip/img/random.php" style="width: 770px; border: 0px;"></a>


Com esse código, a cada reload/atualizacao da página uma nova tira do Pagando O Pato aparecerá sem problemas!

segunda-feira, março 26, 2007

Balada do Di Cavalcanti


Amigo Di Cavalcanti
A hora é grave e
inconstante.
Tudo aquilo que prezamos
O povo, a arte, a cultura
Vemos sendo desfigurado
Pelos homens do passado
Que por terror ao futuro
Optaram pela tortura.
Poeta Di Cavalcanti
Nossas coisas bem-amadas
Neste mesmo exato instante
Estão sendo desfiguradas.
Hay que luchar, Cavalcanti
Como diria Neruda.
Por isso, pinta, pintor
Pinta, pinta, pinta, pinta
Pinta o ódio e pinta o amor
Com o sangue de tua tinta
Pinta as mulheres de cor
Na sua desgraça distinta
Pinta o fruto e pinta a flor
Pinta tudo que não minta
Pinta o riso e pinta a dor
Pinta sem abstracionismo
Pinta a Vida, pintador
No teu mágico realismo!

Carioca Di Cavalcanti:
Na rua do Riachuelo
Nasceste, a 6 de setembro
Do ano noventa e sete.
Infante, foste criado
No bairro de São Cristóvão
Na chácara do avô materno
Emiliano Rosa de Senna
(Nome de avô de pintor!)
Orgulhoso proprietário
Do antigo morro do Pinto
(Quem sabe não vem de herança
O teu amor às mulatas?)
Logo os bairros se renovam:
Botafogo, Glória (hotel)
Copacabana e Catete
(O Catete de onde nunca
Deverias ter saído
E ao qual agora voltaste
Humilde e reconhecido).
Moraste no hotel Central
E no hotel dos Estrangeiros:
Ambos desaparecidos
E onde à tarde, entre os amigos
Tomavas, e com que gosto
O melhor uísque do mundo!
Paquetá, um céu profundo
Que não sabe onde acabar
Viu-te muito passear
Ó genial vagabundo!
- Quantas vezes foste à Europa
Dize-me, grão-vagamundo?

No ano de trinta e oito
Em Paris te descobri
Rimos e bebemos muito
Nos bares de por ali
Lembras-te, Di? Consue-
Lo de Saint-Exupéry
Saía sempre conosco
E mais o sargento Thyrso
Que uma noite lá, por pouco
Não sai no braço comigo.
Como foste meu irmão!
Como eu fiquei teu amigo!
E no México, te lembras?
Com Neruda e com Siqueiros
E a linda Maria Asúnsolo
Que tenia blanco el pelo
Bebemos tanta tequilla
Que até dava gosto ver-nos
A comer com gulodice
Um prato de tacos pleno!
Mais de setecentas luas
Ungiram tua cabeça
Que hoje é branca como a Lua
Mas continua travessa…
Que bom existas, pintor
Enamorado das ruas
Que bom vivas, que bom sejas
Que bom lutes e construas:
Poeta o mais carioca
Pintor o mais brasileiro
Entidade a mais dileta
Do meu Rio de Janeiro
- Perdão, meu irmão poeta:
Nosso Rio de Janeiro!


São Paulo, nos 66 anos do pintor mais jovem do Brasil, 06.09.1963

=================

Poesia de Vinícius de Moraes publicada no livro Poesia completa e prosa, em Poesias coligidas e enunciada por Gláuber Rocha no filme: "Di Cavalcanti Di Glauber"
Titulo Original do filme: "Ninguém Assistiu ao Formidável Enterro de sua Quimera, Somente a Ingratidão, Essa Pantera, Foi Sua Companheira Inseparável."


Filme disponível para download no:
http://www.tempoglauber.com.br/di2.WMV

ps: A exibição do filme está interditada pela justiça desde 1979, quando da conceção de liminar pela 7a. Vara Cível, ao mandado de segurança impetrado pela filha do pintor, Elizabeth Di Cavalcanti.


domingo, março 18, 2007

"God Bless!"



St. Patrick's Day, o pub fechando muito além das onze. Pelo chão os resquícios de beberrões desleixados, massos de cigarro amassados e bitucas, assim como bebados ainda espalhados por mesas, vestindo verde, com seus chapéus e tolos sorrisos. No balcão a garçonete me informa que o bar está fechado, deixo o lugar com o sentimento que não vou poder beber esse santo. Já na calçada ouço a voz familiar do gerente me oferecendo a última Guinnes por eu ser frequentadora da casa, com ela vem o comentário "é sempre bom conhecer as pessoas certas, cheers".
Sento, enrolo um cigarro e assisto três jovens, algumas mesas a frente, se rindo e falando alto. O rapaz levanta, afrouxa o cinto e parece abrir o zipper, arruma a indumentária como que preparando para o uso. Sim, ele se joga sobre a garota sentada no longo sofá. A amiga olha para os lados, sem acreditar, cobre o rosto com o cardápio. O casal se experimenta, mãos por debaixo da mesa brincam compenetradas diante de olhos desatentos. Sem pudor ou senso de direção, não chegam a lugar algum. Ele num gesto de impotência, em pé, guardando o que tinha de fora, grita com a amiga, que risonha, faz pouco caso deles.
Meu conhecido gerente vem em alto e bom som, ordenando que todos acabem seus drinks e vão embora. Eles voltam a conversar como nada acontecido, enquanto outros, inclusive minha pessoa, deixam a cena alterados pelo álcool. Encerramos a noite sem encontrar o pote de ouro no fim do arco-íris, mas certos que o porre e a ressaca na manhã seguinte foram abençoados, não importando se irlandeses ou não, sem necessidade de desculpas ou correta nacionalidade. "God bless us all!".

quarta-feira, março 14, 2007

born into this




born like this
into this
as the chalk faces smile
as Mrs. Death laughs
as political landscapes dissolve
as the oily fish spit out their oily prey

we are
born like this
into this
into hospitals which are so expensive that it's cheaper to die
into lawyers who charge so much it's cheaper to plead guilty
into a country where the jails are full and the madhouses closed
into a place where the masses elevate fools into rich heroes

born into this
walking and living through this
dying because of this
castrated
debauched
disinherited
because of this
the fingers reach toward an unresponsive god

the fingers reach for the bottle
the pill
the powder

we are born into this sorrowful deadliness
there will be open and unpunished murder in the streets
it will be guns and roving mobs
land will be useless
food will become a diminishing return
nuclear power will be taken over by the many
explosions will continually shake the earth
radiated men will eat the flesh of radiated men
the rotting bodies of men and animals will stink in the dark wind

and there will be the most beautiful silence never heard

born out of that.

The sun hidden there
awaiting the next chapter.


Bukowski


segunda-feira, março 12, 2007

Da Memória


A noite trazia uma brisa fresca anunciando o fim dos dias quentes e o inicio de um outono. As sextas feiras à muito deixaram de ser o escape, já que a juventude se extinguia como o verão e Verônica preferia agraciar seu corpo com merecido descanso após as atarefadas semanas. E estas noites de sábado tornaram-se a nova tortura, uma que não sabia se auto-impingida, ou se de alguma forma resultado da ordem natural do universo.
Seguiu caminhando à uma festa, acompanhada de um colega. Mais uma festa qualquer. Nunca tivera sido plenamente feliz, mas de certa forma não acreditava em felicidade plena. Tivera sido mais feliz que agora, e esse relativismo fazia da outrora infelicidade, uma felicidade plena. Nada era satisfatório. Não que fosse por demasiado exigente, não que menosprezasse pura e simplesmente toda a qualidade daquilo que tinha. Mas a comparação era inevitável. Sua memória se comportava como uma memória deve ser comportar, e lhe aplicava truques alucinatórios, esquecendo de propósito os desencantos e desesperos, guardando e apresentando somente os brilhos e acalantos. Tinha certeza de que estava sendo enganada, mas isso de maneira alguma diminuía o seu desejo de sair dali, de desaparecer e de alguma forma resgatar o tempo passado.
A luz incomodava. Era uma festa e a luz forte fazia com que se sentisse vigiada. Cada detalhe de seu rosto podia ser lido e todo o pensamento desvendado. Nada se deixava para ser descoberto. Nada era intrigante e nada era interessante. Tudo era claro e óbvio. Queria apagar a luz.

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Quanto riso, quanta alegria

Confesso: fracassei.

Não suportei permanecer todo o tempo diante da TV durante as transmissões da "maior festa do Brasil". Temi por um dano maior. Ainda assim, foram horas, muitas horas que não me serviram para absolutamente nada. Tudo poderia ter sido condensado em 10 minutos.

De longe, com vários e vários corpos de vantagem, Nelson Rubens, na RedeTV!, como seu "Bastidores do Carnaval", fica com o troféu do pior programa.

Nelson ok ok tem o sorriso mais falso do mundo. Minto. Talvez não seja falso. É o sorriso repleto de aleivosia, típico do fofoqueiro, do personagem que ele decidiu viver. E é um sorriso que se desarma sempre meio segundo antes da câmera sair, deixando claro que não está feliz, não está compartilhando nada com ninguém.

A "equipe de reportagem" não conseguia ir muito além das frases: "E aí? Muita emoção?" E o final que se repetiu 795 vezes: "Agora mostra pra gente que você tem o samba no pé". Uma cena espetacular: falando sobre a tal da emoção, a passista nos conta que, quando entra na avenida, sente um friozinho na barriga. Pois acreditem, o câmera corrigiu para a barriga da moça. Comentário de um amigo: "Tá fácil ser repórter hoje em dia, não tá?"

O Carnaval pela Band, o Folia na Band, admito que estava bem mais rico que das outras vezes. Tenho problemas com Otaviano Costa. Na minha opinião ele poderia fazer uma dupla com Celso Portioli para rodarem pelo interior apresentando baile de debutantes. Tento explicar o incômodo, o estranhamento que senti ao ver durante horas o Folia na Band. Deixou de ser uma transmissão do carnaval da Bahia. Transformou-se em um programa de auditório. O auditório, no caso, era formado por trios e bandas, além do povo pulante. E pela falta de espaço, o povo pulante era pequeno. Povo caminhante com dificuldade via-se mais.

Imagino que, segundo acordo firmado entre emissora e participantes do Carnaval, todos deveriam parar em frente ao palco e bater aquele papinho gostoso com Betinho e Otaviano. Deveriam ainda enaltecer a Band, seu trabalho maravilhoso, mostrar que gozavam de intimidade com os apresentadores e vice-versa. E foram muitas as vezes que esses mestres de cerimônia atravessaram o "samba". Marcio, da banda Psirico, decide rodar um som tecno. Otaviano se anima e começa fazer seu beatbox - sons com a boca colada ao microfone. E faltou a noção do tempo. E sobrou entusiasmo. E a cena foi ficando constrangedora.

Sempre no quesito constrangimento, a drag Léo Aquila, no Bastidores do Carnaval, volta e meia pedia ao câmera: "Começa aqui em baixo. Agora vai subindo. Olha isso, que maravilha, gente. Que deusa!" Vi essa cena se repetir umas 5 vezes. Em todas as vezes meus olhos foram agredidos. Deusas de um reino perdido que, espero francamente, jamais seja descoberto e revelado.

Mas nenhum, nenhum constrangimento foi maior que o provocado pela Mangueira ao expulsar Beth Carvalho de seu desfile.

Semana que vem volto ao assunto.


Márcio Alemão é publicitário, roteirista, colunista de gastronomia da revista Carta Capital, síndico de seu prédio, pai, filho e esposo exemplar.

fonte: http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI1423452-EI6616,00.html

Alinhar ao centro