
From: www.ingredientx.com
One day, I'm gonna grow wings,
a chemical reaction,
hysterical and useless.
Let Down - Radiohead
números | ano | quantidade |
001 a 030 | © 2004 | 30 |
031 a 120 | © 2005 | 90 |
121 a 186 | © 2006 | 66 |
187 a 300 | © 2007 | 114 |
números | ano | quantidade |
001 a 125 | © 2004 | 125 |
126 a 211 | © 2005 | 86 |
212 a 266 | © 2006 | 55 |
267 a 300 | © 2007 | 34 |
números | ano | quantidade |
001 e 002 | © 2005 | 2 |
003 e 005 | © 2006 | 3 |
números | ano | quantidade |
001 a 007 | © 2005 | 7 |
008 a 014 | © 2006 | 7 |
015 a 019 | © 2007 | 5 |
números | fase - estréia | quantidade |
001 a 030 | (extinta) - 01/01/2004 | 30 |
001 a 120 | I - 01/01/2005 | 120 |
121 a 260 | II - 01/01/2006 | 140 |
261 a ... (300) | III- 07/07/2007 | 40 |
mais no site da Lupe: "Lupevision" - uma das melhores desenhistas que vi na net
Amigo Di Cavalcanti
A hora é grave e
inconstante.
Tudo aquilo que prezamos
O povo, a arte, a cultura
Vemos sendo desfigurado
Pelos homens do passado
Que por terror ao futuro
Optaram pela tortura.
Poeta Di Cavalcanti
Nossas coisas bem-amadas
Neste mesmo exato instante
Estão sendo desfiguradas.
Hay que luchar, Cavalcanti
Como diria Neruda.
Por isso, pinta, pintor
Pinta, pinta, pinta, pinta
Pinta o ódio e pinta o amor
Com o sangue de tua tinta
Pinta as mulheres de cor
Na sua desgraça distinta
Pinta o fruto e pinta a flor
Pinta tudo que não minta
Pinta o riso e pinta a dor
Pinta sem abstracionismo
Pinta a Vida, pintador
No teu mágico realismo!
Carioca Di Cavalcanti:
Na rua do Riachuelo
Nasceste, a 6 de setembro
Do ano noventa e sete.
Infante, foste criado
No bairro de São Cristóvão
Na chácara do avô materno
Emiliano Rosa de Senna
(Nome de avô de pintor!)
Orgulhoso proprietário
Do antigo morro do Pinto
(Quem sabe não vem de herança
O teu amor às mulatas?)
Logo os bairros se renovam:
Botafogo, Glória (hotel)
Copacabana e Catete
(O Catete de onde nunca
Deverias ter saído
E ao qual agora voltaste
Humilde e reconhecido).
Moraste no hotel Central
E no hotel dos Estrangeiros:
Ambos desaparecidos
E onde à tarde, entre os amigos
Tomavas, e com que gosto
O melhor uísque do mundo!
Paquetá, um céu profundo
Que não sabe onde acabar
Viu-te muito passear
Ó genial vagabundo!
- Quantas vezes foste à Europa
Dize-me, grão-vagamundo?
No ano de trinta e oito
Em Paris te descobri
Rimos e bebemos muito
Nos bares de por ali
Lembras-te, Di? Consue-
Lo de Saint-Exupéry
Saía sempre conosco
E mais o sargento Thyrso
Que uma noite lá, por pouco
Não sai no braço comigo.
Como foste meu irmão!
Como eu fiquei teu amigo!
E no México, te lembras?
Com Neruda e com Siqueiros
E a linda Maria Asúnsolo
Que tenia blanco el pelo
Bebemos tanta tequilla
Que até dava gosto ver-nos
A comer com gulodice
Um prato de tacos pleno!
Mais de setecentas luas
Ungiram tua cabeça
Que hoje é branca como a Lua
Mas continua travessa…
Que bom existas, pintor
Enamorado das ruas
Que bom vivas, que bom sejas
Que bom lutes e construas:
Poeta o mais carioca
Pintor o mais brasileiro
Entidade a mais dileta
Do meu Rio de Janeiro
- Perdão, meu irmão poeta:
Nosso Rio de Janeiro!
São Paulo, nos 66 anos do pintor mais jovem do Brasil, 06.09.1963
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Poesia de Vinícius de Moraes publicada no livro Poesia completa e prosa, em Poesias coligidas e enunciada por Gláuber Rocha no filme: "Di Cavalcanti Di Glauber"
Titulo Original do filme: "Ninguém Assistiu ao Formidável Enterro de sua Quimera, Somente a Ingratidão, Essa Pantera, Foi Sua Companheira Inseparável."
Filme disponível para download no:
http://www.tempoglauber.com.br/di2.WMV
ps: A exibição do filme está interditada pela justiça desde 1979, quando da conceção de liminar pela 7a. Vara Cível, ao mandado de segurança impetrado pela filha do pintor, Elizabeth Di Cavalcanti.
Não suportei permanecer todo o tempo diante da TV durante as transmissões da "maior festa do Brasil". Temi por um dano maior. Ainda assim, foram horas, muitas horas que não me serviram para absolutamente nada. Tudo poderia ter sido condensado em 10 minutos.
De longe, com vários e vários corpos de vantagem, Nelson Rubens, na RedeTV!, como seu "Bastidores do Carnaval", fica com o troféu do pior programa.
Nelson ok ok tem o sorriso mais falso do mundo. Minto. Talvez não seja falso. É o sorriso repleto de aleivosia, típico do fofoqueiro, do personagem que ele decidiu viver. E é um sorriso que se desarma sempre meio segundo antes da câmera sair, deixando claro que não está feliz, não está compartilhando nada com ninguém.
A "equipe de reportagem" não conseguia ir muito além das frases: "E aí? Muita emoção?" E o final que se repetiu 795 vezes: "Agora mostra pra gente que você tem o samba no pé". Uma cena espetacular: falando sobre a tal da emoção, a passista nos conta que, quando entra na avenida, sente um friozinho na barriga. Pois acreditem, o câmera corrigiu para a barriga da moça. Comentário de um amigo: "Tá fácil ser repórter hoje em dia, não tá?"
O Carnaval pela Band, o Folia na Band, admito que estava bem mais rico que das outras vezes. Tenho problemas com Otaviano Costa. Na minha opinião ele poderia fazer uma dupla com Celso Portioli para rodarem pelo interior apresentando baile de debutantes. Tento explicar o incômodo, o estranhamento que senti ao ver durante horas o Folia na Band. Deixou de ser uma transmissão do carnaval da Bahia. Transformou-se em um programa de auditório. O auditório, no caso, era formado por trios e bandas, além do povo pulante. E pela falta de espaço, o povo pulante era pequeno. Povo caminhante com dificuldade via-se mais.
Imagino que, segundo acordo firmado entre emissora e participantes do Carnaval, todos deveriam parar em frente ao palco e bater aquele papinho gostoso com Betinho e Otaviano. Deveriam ainda enaltecer a Band, seu trabalho maravilhoso, mostrar que gozavam de intimidade com os apresentadores e vice-versa. E foram muitas as vezes que esses mestres de cerimônia atravessaram o "samba". Marcio, da banda Psirico, decide rodar um som tecno. Otaviano se anima e começa fazer seu beatbox - sons com a boca colada ao microfone. E faltou a noção do tempo. E sobrou entusiasmo. E a cena foi ficando constrangedora.
Sempre no quesito constrangimento, a drag Léo Aquila, no Bastidores do Carnaval, volta e meia pedia ao câmera: "Começa aqui em baixo. Agora vai subindo. Olha isso, que maravilha, gente. Que deusa!" Vi essa cena se repetir umas 5 vezes. Em todas as vezes meus olhos foram agredidos. Deusas de um reino perdido que, espero francamente, jamais seja descoberto e revelado.
Mas nenhum, nenhum constrangimento foi maior que o provocado pela Mangueira ao expulsar Beth Carvalho de seu desfile.
Semana que vem volto ao assunto.