sábado, setembro 30, 2006

texto n. 16 (Gisele & Plínio)


- Que vexame! Desdenha ela

- ... Responde ele.

- Nada? Silêncio? Só isso que tens para falar?

- CALA A BOCA, estou todo fudido por tua culpa!

- Minha culpa? Se soubesse que você era de nada, tinha achado outro homem para fazer o serviço.

- Como é que é?

- Isso que tu ouviu.

- Só me faz um favor: Me deixa no hospital e some.

- Ok, mas isso não muda o que aconteceu.

- O que aconteceu é que você é uma puta mentirosa!

- Ah... Agora eu sou a puta. Antes era meu amor! Antes era “deixa que eu acabo com ele”, mas na hora da verdade...

- Você não me avisou que teu namorado era marombado.

- Sempre te falei que ele era grande e violento.

- É... obrigado! Falasse porra nenhuma!

- Olha aqui querido, te falei que só fico com homem que mostra seu valor, e você foi um fiasco nisso.

- Beleza, fique com o marombado corno. Depois dessa, estou fora. Tchau.

- hunf...

- “hunf” o que?

- Até parece que é você quem está decidindo isso. Não gosto de homem frouxo.

- É? Pare o carro. AGORA!

Parando o carro. – O que vai ser agora? Desafia ela.

PLAFT! Dá um tapa no rosto e abre a porta do carro.

- Espera! Segurando pelo braço.

Puxa ele de volta e lhe dá um beijo.

- Deixa o hospital para lá, vamos para um motel!



quinta-feira, setembro 28, 2006

Vale a pena?






Esse cara as vezes me deixa tenso.

bla
bla
bla
bla
bla bla bla
bla bla bla bla bla
bla bla bla bla bla bla bla
bla bla bla bla bla bla bla
bla bla bla bla bla bla bla
bla bla bla bla bla bla bla
bla bla bla bla bla
bla bla bla
bla bla bla
bla bla bla bla bla
bla bla bla bla bla bla bla
bla ble bli blo blu
ble bli blo
bli

segunda-feira, setembro 25, 2006

texto n. 15 (morena)


morena
morena bonita
morena da cor do pecado
morena comprometida
morena casada
morena proibida
morena enigma
morena complexa
morena quente
morena fria
morena enigma
morena perto
morena longe
morena fácil
morena difícil
morena jogadora
morena tentadora
morena sonho
morena café-da-manha
morena sorriso
morena cigarro
morena tatuagem
morena enigma
morena música
morena protesto
morena morena
morena

Paiol de Pólvora

(Vinícius de Moraes)

pólvora

Estamos trancados no paiol de pólvora
Paralisados no paiol de pólvora
Olhos vedados no paiol de pólvora
Dentes cerrados no paiol de pólvora

Só tem entrada no paiol de pólvora
Ninguém diz nada no paiol de pólvora
Ninguém se encara no paiol de pólvora
Só se enche a cara no paiol de pólvora

Mulher e homem no paiol de pólvora
Ninguém tem nome no paiol de pólvora
O azar é sorte no paiol de pólvora
A vida é morte no paiol de pólvora

São tudo flores no paiol de pólvora
TV a cores no paiol de pólvora
Tomem lugares no paiol de pólvora
Vai pelos ares o paiol de pólvora

sábado, setembro 23, 2006

Pensamentos desconexos

Nao tô com saco de escrever muito hoje mas, como estava com algumas idéias na cabeca e nenhuma delas em si vale um post completo, vai um apanhado de idéias.

1) Quem, por favor, alguém neste mundo, que tenha um mínimo que seja de sanidade, nao estou dizendo que seja completamente sao ou que realmente entenda algo que se passa nesse planeta, me explique, por favor, quem eh a "Bruna Surfistinha", pra dizer que a Cicarelli "passou dos limites com seu vídeo"? OK, a Cicarelli apareceu ali com seu "namorado" nuns amassos que nao deveriam ser feitos em publico. Mas por que alguém vai perguntar a opiniao da Bruna Surfistinha sobre isso? Eu nao sei se o que me deixa mais desgostoso eh o fato dela ter alguma opiniao pra dar, o fato de alguem pegar a opiniao dela e colocar na primeira pagina de algum jornal ou site importante ou o fato de que uma pessoa X aparecendo num video se amassando com seu "namorado", algo que todo ser normal nesse mundo faz, seja motivo de tanta repercussao, mais falado talvez do que as merdas que estao acontecendo na politica brasileira. Quando chego de manha no trabalho, ninguem me fala "olha, voce viu que descobriram escutas no telefone do presidente do TSE, que absurdo!". Mas eu escuto "voce viu o video da cicarelli?!?!?!?!".

2) Eu estou agora na inglaterra, mas estarei na alemanha quando acontecera o primeiro turno das eleicoes e, se tiver, estarei lah tambem no segundo. Assim, infelizmente, nao vou votar. O que mais me incomoda nessas eleicoes, como eu jah discuti com um monte de gente, eh o fato do cidadao brasileiro (ok, do brasileiro, nao vamos discutir cidadania) votar em pessoas e nao em partidos. Eu nao entendo como alguem pode dizer "ah, o partido X eh uma merda, mas eu nao to votando no partido, to votando em fulano Y". Nao existe isso! Se eleito, fulano Y vai governar como?? Ele por um acaso foi eleito pra ser ditador por 4 anos?? Nao! Ele vai governar com partido X e todas as suas aliancas e favores, etc. Assim, nao se engane! Nao adianta voce dizer que "Fulano Y nao participa das falcatruas de seu partido", pois fulano Y nao vai governar sem seu partido!

3) Esse pensamento eh diretamente relacionado ao anterior. Eu sou uma pessoa que consegue percorrer argumentacoes complicadas pra chegar a um resultado óbvio, ou pelo menos que todas as pessoas dizem ser óbvio quando anuncio meu resultado. De qualquer forma, é assim que eu sou e nao tem como eu ser diferente. Eu estive ultimamente refletindo como é que o nosso presidente pode ter 50% de intencoes de voto quando tudo o que acontece ao redor dele sao falcatruas, roubos, delitos, crimes, etc; quando todas as pessoas mais proximas dele foram demitidas ou se demitiram por alguma ilegalidade; quando somente nos restam 3 opcoes: ou ele é um idiota completo e realmente nao sabia de nada, ou ele é o maior cínico do mundo e sabia de tudo, ou entao ele sabia "de leve" do que estava acontecendo, mas nao tava nem aí. Bem, o fato é que ainda assim 50% dos brasileiros dizem que vao votar nele (estou assumindo que as pesquisas nao foram manipuladas e etc). E as pessoas se perguntam, como pode isso? Será que o povo é tao imbecil que aceita isso? Porquê? Bem, a resposta dos analistas é a de que o nosso presidente se dedicou aos pobres, criou vários jeitos de distribuir esmola para quem mais precisava de esmola. Outro fato é que em uma democracia, o voto dessa pessoa que recebeu a esmola vale o mesmo tanto que o voto do presidente e que vale o mesmo tanto que o seu voto ou meu. Isso é democracia, e democracia "é o pior sistema de governo que existe, fora todos os outros", parafraseando Churchill, acho. Bom, entao quer dizer que o presidente, apesar de toda merda que fez, vai ser reeleito porque deu esmola a pobres. E a oposicao se sente no direito de dar isso como justificativa. Dizem algo como, "nao eh possivel! ele vai se eleger dando esmola!", como se fosse a coisa mais absurda do mundo. O que eles nao vêm, é que o presidente só pode controlar tanta gente assim com esmola, porque existe tanta gente assim! Elas estao lah, essas pesssoas. E elas votam. E elas sao o resultado de 500 anos de governos de pessoas e partidos que resultaram no que hoje é a nossa oposicao. Quer dizer, se o pessoal que tah na oposicao hoje tivesse feito o servico direito, nao teriamos esse contingente de pessoas que se deixam levar com esmola. Ou seja, a culpa, no fim das contas, é da propria oposicao. E eu nao quero dizer que acho certo que essas pessoas votem no presidente (jah que acho que elas vao ficar na esmola pra sempre), mas acho que votar nele é a conclusao mais obvia que possa passar na mente delas (afinal, alguém, pela segunda vez na história, olhos pra elas).

4) Eu tenho lido bastante ultimamente. Hoje acabei um livro de um tal de Nick Hornby, que escreveu o livro que deu origem àquele filme High Fidelity, que nao assisti. O livro se chama "A long way down", é interessantezinho, entretenimento. Mas teve uma parte em que uma menina argumenta com a mae dela sobre restaurantes e espacos publicos, que achei interessante. A mae reclamava que ela gostava de grandes lojas de departamentos, de mcdonalds e lojas impessoais. A mae gostava de ir a um restaurante pequeno, aconchegante, ser conhecida dos garcons, dos donos, do manobrista. Ser tratado como pessoa-cliente e nao como um caixa-eletronico-cliente, que dah o dinheiro, recebe a mercadoria e sai fora. A menina argumentava que exatamente o fato dela poder ser totalmente anônima era o que ela gostava das grandes lojas, dos shows enormes, da falta completa de individualidade nesses lugares. Isso me fez lembrar o quanto eu gosto de estar sozinho, de ir a um lugar qualquer e saber que as pessoas a minha volta nao sabem quem eu sou, nao querem saber, nao estao nem aih comigo. E eu me sinto feliz quando isso acontece, porque as vezes eu gosto de simplesmente tomar minha cerveja e pensar. Tem vezes que a gente quer simplesmente pensar e nao quer que ninguem estrague esse momento ou saiba que voce existe. De qualquer forma, eu acho que só consigo realmente gostar de estar sozinho quando eu sei que de uma forma ou de outra, essa minha solidao é uma coisa premeditada, temporaria e que existe alguém nesse mundo que realmente gostaria de estar do meu lado, que se importa comigo, com o que eu penso, e que a recíproca também é verdadeira. Nao sei se alguem gosta de uma solidao imposta, seja pela forca dos homens, seja pela forca da vida. Mas a solidao, imposta ou auto-induzida, com certeza é a forca motriz de uma grande parte das grandes obras da humanidade.

Horário Eleitoral Gratuito

sexta-feira, setembro 22, 2006

texto n. 14 (Martha & Daniel - II)



- Posso te confessar uma coisa? Ela pergunta

- Sim... Ele responde, se preparando mentalmente para o que quer que seja essa tal confissão.

- Quando te conheci achei que você fosse um tipo durão, tal, mas agora vejo que você só é pessimista.

- Durão? Pessimista? Que papo é esse?

- É sim. Você faz o tipo do “meio copo vazio”.

- Meio copo vazio? Esse papo está parecendo àqueles programas de qualidade que dão em empresas.

- Você sempre espera o pior de tudo.

- Apenas não tenho ilusões...

- Isso não é sobre ilusões, é sobre escolher ver o lado positivo ou o lado negativo da vida.

- ah... ok...

- É sério! Tente ver o que está de errado, mas procure achar o lado bom, ou como melhorar.

- Minha querida, isso é fácil. TUDO está errado. A coisa toda já começou errada, e vai terminar assim.

- Eu sou um erro?

- Agora você está levando para outra ótica, não é disso que estou falando...

- Olha pra mim, me responde: eu sou um erro?

- Essa discussão é um erro. Você é perfeita. Dando um beijo para ver se acalma a fera e acaba esse papo.

- Você não vai se safar assim tão rápido.

- Meu amor, o que eu quero dizer é que o melhor é não ter ilusões sobre a vida, sobre as pessoas ou o que quer que seja. Se você já começa com a opinião de que a coisa é errada ou ruim, se for boa é um adianto! Que bom se eu me enganasse o tempo todo! Seria tudo perfeito!

- Então, eu sou um engano. Um engano que ficou “perfeita”, como você disse.

- Isso é você quem está dizendo... Minha mensagem é “sem ilusões”, apenas isso. Tome do jeito que quiser.

- Sabe o que eu acho? Não acho que você é um pessimista. Você é apenas um idiota! Levanta da cama, veste o roupão e sai do quarto.

- Puta merda... Já vi esse filme... Desliga a TV e vira pro lado.

quinta-feira, setembro 14, 2006

texto n. 13



O céu nunca esteve tão estrelado.

Uma noite de verão, os dois estavam deitados na areia da praia.
Ele descobrindo o prazer desajeitado entre as pernas dela.
Tudo era tão diferente do que havia pensado.
Ela o tranqüiliza e não reclama da qualidade duvidosa do sexo improvisado.
Ele depois faz a óbvia confissão:
- Como foi a sua primeira vez com um virgem?
- Foi bom.
- (felicidade excitada)
- Na verdade não tenho muita experiência também. Você foi meu segundo (mentira necessária).
- Sério? Como foi a sua primeira vez?
- Nem lembro muito bem... Estava bêbada em uma festa e acabou acontecendo com um cara que conhecia. Nada íntimo. Nada especial como agora.
- Vamos naquela barraca?
- Fazer o que?
- Dar uma volta. Está uma noite linda, e lá não tem risco de aparecer alguém para estragar.
- Ok!

Juntos vão para uma barraca de beira de praia, vazia nessa hora da noite.

- É verdade que sou o segundo? Pergunta ele.
- Sim.
- Sei que não deve ter sido muito bom – estava nervoso.
- Foi ótimo!
- O que acha de uma “segunda chance”?
- Vem cá...

O céu nunca esteve tão estrelado.



sábado, setembro 09, 2006

texto n. 12 (Roger & Felipe)

TRIIIIMMMMMM

- Alô, pai?

- hum... quem?

- Sou eu, Roger.

- O que foi filho? Por que você está ligando às 4 da manhã? O que aconteceu?

- Nada pai. Quero o telefone do Felipe, mas não estou conseguindo achar, podes me passar?

- Filho, o que está acontecendo?

- Nada pai, nada. Só preciso do telefone do Felipe. Simples.

- O que queres com teu irmão? O que está acontecendo.

- Negócio entre a gente. Nada importante. Podes me passar o telefone dele, ou é difícil?

- Você está bêbado! O que está acontecendo?

- NADA, nada. Só liguei porque perdi minha agenda.

- Você não tem o telefone do seu próprio irmão no celular?

- Perdi ele também...

- Perdeu como? O que está acontecendo?

- Ai pai, deixa de ser chato. Estou ligando apenas para pegar uma porra de número de telefone, não para responder questionário.

- Olha boca seu moleque! Respeito!

- Você não vai dar então? Vou ter que acordar toda a família para pegar um simples número. É isso?

- Olha, você não tem o direito de me acordar às 4 da manhã e exigir qualquer coisa!

- Ok, desculpa. Mas preciso desse número. Podes me passar – por favor, misericórdia, mil desculpas, perdão senhor!

- Você está bêbado! O que está acontecendo? Vou ai!

- Não não não, não estou em casa. Nada aconteceu, está tudo ok. Só quero apenas um número de telefone. Podes me dar? Por favor?

- Ok, vou te dar – mas esse assunto não vai acabar aqui. O número é XXXXXX.

- Obrigado. Muito obrigado.

- Domingo a gente se fala, no batizado da tua sobrinha.

- Claro, claro. Boa noite e desculpa.

CLICK

TRIIIIMMMMMM

- Alô?!

- Felipe? Sou eu - Roger.

- O que foi porra? São 4 e meia da manhã – caralho!

- Só estou te ligando para dizer que gosto de ti pra caralho.

- ... olha...

- É verdade. Sabes que és faixa pra caralho!

- Beleza, legal. Fico comovido com a sinceridade inconveniente. Mais alguma coisa?

- Não...

- Então, boa noite Roger – vê se deixa eu dormir agora.

- Beleza... Nos vemos no batizado.

- Até domingo.

CLICK


quinta-feira, setembro 07, 2006

texto n. x+11 (Martha & Daniel - I)

- “Você acha que existe vida pós-morte?” Ela pergunta.

- “Sei lá” - respondo rápido, querendo encerrar esse tema o mais rápido possível.

- Como "sei lá"? Você não acredita em nada, nem em deus?

- Não sei, na verdade não me importo com isso.

- Você TEM que acreditar em algo! Senão a vida é sem sentido.

- Para mim sentido é ter comida e bebida na geladeira. Sem sermão – sem pecado.

- Você é um idiota!

- Pode ser, mas sou um idiota que não se preocupa com isso.

- Você está me testando. Sabe que sou religiosa...

- ...

- Eu acredito que se você não acredita em nada, não tem imagem nenhuma, quando morrer vai ver um nada. Insiste ela.

- Ha! Agora você está falando que eu devo acreditar num velhinho sentado na cadeira, me esperando para me iluminar?

- Não! Não seja ridículo! Só acho que você deveria levar a sério isso.

- Ok... (não to a fim de prolongar esse assunto de qualquer maneira, então o melhor é concordar e ponto final)

- Fala a verdade, você não é ateu, certo?

- (Tem gente que não desiste fácil...) Olha, se um dia deus aparecer para mim, que apareça em forma de comida enlatada – que é a coisa que mais gosto que saiu dos “filhos” dele. Nada de corneta, bater de asas, efeitos pirotécnicos. Uma lata – de preferência com uma oferenda junto, de outras comidas enlatadas como feijão, milho, sopa, etc. Isso me faria feliz! (hum... que fome que bateu agora...)

- Babaca! Diz ela, me dando as costas na cama.

Mais uma noite sem sexo...


quarta-feira, setembro 06, 2006

Solucao para o desemprego

Ontem a noite eu fui a um bar chamado Taktlos com uns amigos alemaes, pra comemorar a formatura de um deles. Era um povo engracado, dois doutorandos em alguma coisa ligada a agricultura, cinco mestrandos em computacao e um advogado. Conversa vai, conversa vem, um deles comeca a falar do trabalho de doutorado dele. Ele tah estudando um maluco japones que tem a teoria do "nix tun" pra plantar. Traduzindo, deve-se plantar a semente e "nao fazer" nada. Espera crescer, rega e tals, mas sem aditivos, maquina é proibido, deixa a natureza agir. Parece que o resultado eh "permakultur", ou seja, pode-se no mesmo terreno plantar permanentemente, o contrario das culturas extensivas que detonam o solo.
Bom, vamos ao ponto. Essa conversa degringolou pra economia, obviamente, pois quem disse que essa nix tun vai escalar? Entao comecamos a discutir desemprego, o que fazer com todas as pessoas do mundo, pois parece que simplemente nao tem trabalho pra todo mundo. Agora os empregos que exigem menos raciocinio, que sao mais manuais, estao saindo da alemanha pra polonia. Da polonia, comeca a ir pra ucrania. Isso sem contar a china. Ou seja, uma hora aqui nao vai ter ninguem trabalhando, mas tambem nao vao ganhar dinheiro suficiente pra poder comprar o que os chineses tao produzindo.
Resumindo, a produtividade humana, em conjunto com as maquinas, chegou a um ponto, onde a gente consegue com pouca gente produzir um monte. E nao precisa que tanta gente trabalhe. É claro que o que acontece hoje, é que um monte de gente fica desempregada.
Entao um dos caras soltou uma teoria no mínimo engracada. A solucao eh "proibir mulher de trabalhar". Simples assim. Pois eh, o cara diz que se nenhuma mulher trabalhar, se elas ficarem em casa, cuidando da comida, tranquilas, fazendo o que quiserem, jah tiramos de uma tacada soh 50% dos trabalhadores do mercado. Assim, nao tem desemprego! Eh claro que isso vai de contra com as teorias da ONU, como pode ser visto aqui. Mas quem disse que a ONU tah certa? A gente vive seguindo o que a ONU diz e estamos onde estamos. Alem disso, eu acho essa teoria errada. O certo é somente um do casal trabalhar. Assim eu posso ficar em casa de boa ;-)
Pensem nisso.
Abracos,
Bart

terça-feira, setembro 05, 2006

texto n° x+10

Onde foi parar a criatividade dos filmes pornô? Todos que vejo seguem o mesmo velho e massante roteiro: oral – vaginal – anal – facial humiliation. Sempre o mesmo esquema...

Antigamente tinha Cicciolina e algumas outras demências européias. A galera era mais escrota, mais peluda, mais verdadeira (até onde isso dá para aplicar nesse gênero). Hoje é todo mundo bombado e depilado, seguindo o mesmo roteiro.

Está na hora de inovar esse ramo. Usar naves espaciais, mulheres exóticas, caras estranhos, papai Noel, Jesus e seus 12 apóstolos em Sodoma e Gomorra, por que não?

Estão perdendo dinheiro ou eu sou muito otário mesmo...


Solução para o Brasil

O Dahmer deu a letra:

segunda-feira, setembro 04, 2006

domingo, setembro 03, 2006

Semáforo


apenas uma noite prosaica...




texto n° x+8 / x+9

Nunca gostei de formalidades. Principalmente em eventos. Bailes de Formatura???? Nem a pau!

Meu guarda roupa é dividido mais ou menos em “usáveis” e “não-usáveis”, a segunda categoria é só para dormir mesmo.

Sempre achei que roupa é para usar, no seu sentido literal. Senta no chão e não enche o saco.

Tem gente que quase chora se a “roupa nova” sujou.

É normal passar alguns dias usando a mesma camiseta. Durmo, acordo, durmo e acordo com a mesma roupa. Claro que isso depende diretamente se tomo banho, ou não.

Como não faço atividades físicas, normalmente tomo banho um dia sim e outro não. Claro que há exceções em ambas regras.


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Pior que Baile de Formatura é Festa de 15 anos. Se um dia eu tiver uma filha, e ela me pedir uma festa de 15 anos, seria uma decepção grande.

Acho que todo pai deveria se preocupar se o filho é um idiota, ou não.

Hum... Pensando melhor, não sei qual dos dois é pior. Acho que volto meu voto e escolho Baile de Formatura, pois é feito por gente mais velha do que 15 anos.

É “A” chance de um bando de retardados caipiras usar terno e gravata uma vez por ano. E normalmente no verão – pelo menos no Brasil.

Ficam suando que nem porcos, tomando – também uma vez por ano – whisky. Todos abraçados com o “júnior” – o formando.

O mais patético é ficar lutando para conseguir um convite de entrada. Tem gente que fica – de terno e gravata – na porta do clube, mendigando um convite que tenha sobrado dos “eleitos” – convidados.

Pau no cú do júnior.

Entrevista com Charles Bukowski



Achei essa entrevista em uma comunidade no orkut e compartilho aqui


Sean Penn - Charles Bukowski: dez anos passados desde a morte do escritor (09/03/1994), reproduzimos uma célebre entrevista feita pelo ator Sean Penn. O encontro ocorreu em 1987, quando o ator estava em Los Angeles para protagonizar Barfly, um filme-biografia sobre a vida de Bukowski, que ultrapassou em muito o território da literatura. Na última hora, porém, Sean perdeu o papel que foi entregue a Mickey Rourke. A entrevista se manteve e tornou-se memorável. Por razões de edição, a intervenção de Sean Penn concentra-se em escolher assuntos, pontos, questões que Charles Bukowski enfrenta como sempre: debochadamente, desbocadamente, cinicamente e... apaixonadamente, como era do feito daquele último beatnik, primeiro punk, amante das mulheres, das corridas e proprietário de frases e pensamentos sem freios.

BARES:
“Eu não vou muito a bares. Tirei isso do meu sistema. Hoje, quando entro num bar, sinto náuseas. Freqüentei muito, enche o saco. Os bares servem para quando somos jovens e queremos brigar, dar uma de macho, arrumar umas mulheres. Na minha idade, eu não preciso mais dessas coisas. Agora só entro nos bares para urinar. Às vezes, entro e já começo a vomitar”.

ÁLCOOL:
“O álcool é provavelmente uma das melhores coisas que chegaram à Terra, além de mim. Nos entendemos bem. É destrutivo para a maioria das pessoas, mas eu sou um caso à parte. Faço todo o meu trabalho criativo quando estou intoxicado. O álcool, inclusive, me ajudou muito com as mulheres. Sempre fui reticente durante o sexo, e ele me permitiu ser mais livre na cama. É uma liberação porque basicamente eu sou uma pessoa tímida e introvertida, e ele me permite ser este herói que atravessa o espaço e o tempo, fazendo uma porção de coisas atrevidas... O álcool gosta de mim.”

FUMAR:
“O cigarro e o álcool se equilibram. Certa vez, ao despertar de uma embriaguês, notei que havia fumado tanto que minhas mãos estavam amarelas, quase marrons, como se eu tivesse colocado luvas. E passei a reclamar: ‘Droga! Como estarão os meus pulmões?’”

BRIGAR:
“A melhor sensação é quando você acerta um sujeito que todo mundo acha impossível. Certa ocasião enfrentei um cara que estava me xingando. Falei pra ele: ‘Tudo bem, venha’. Não tive problema – ganhei a briga facilmente. Caído no chão, com o nariz ensangüentado, ele falou: ‘Jesus, você se move tão lentamente que pensei que seria fácil. Mas quando começou a briga, eu não conseguia nem ver as tuas mãos. O que aconteceu?’. Respondi: ‘Não sei, cara. As coisas são assim. Um homem se prepara para o dia que precisa’.”

GATOS:
“É bom ter um monte de gatos em volta. Se você está mal, basta olhar pra eles e fica melhor, porque eles sabem que as coisas são como são. Não tem porque se entusiasmar com a vida, e eles sabem. Por isso, são salvadores. Quantos mais gatos um sujeito tiver, mais tempo viverá. Se você tem cem gatos, viverá dez vezes mais que se tivesse dez. Um dia, isso será descoberto: as pessoas terão mil gatos e viverão para sempre.”

MULHERES, SEXO:
“Eu as chamo de máquinas de queixas. As coisas entre elas e os homens nunca estão bem para elas. E quando vêm com essa histeria... Ah, eu tenho que sair, pegar o carro, ir embora para qualquer lugar. Tomar café em algum canto, fazer qualquer coisa, menos encontrar outra mulher. Acho que elas são feitas de maneira diferente, não? Quando a histeria começa, o cara tem de ir embora e elas não entendem porque. ‘Onde vai?’, gritam. ‘Vou à m..., querida!’. Pensam que sou um misógino, mas não é verdade. É fofoca. Ouvem por aí que Bukowski é ‘um porco chauvinista’, mas não vêm de onde partiu o comentário. Verdade! Às vezes, eu pinto uma má imagem das mulheres nos meus contos, e faço a mesma coisa com os homens. Até eu me ferro nesses escritos. Se realmente não gostar de uma coisa, digo que é ruim, seja homem, mulher, criança ou cachorro. As mulheres são tão encanadas que pensam que são meu alvo especial. Esse é o problema delas.”

PRIMEIRA VEZ:
“Minha primeira vez foi insólita. Não sabia como fazer, e ela me ensinou todas essas coisas de sacanagem. Lembro que ela dizia: ‘Hank, você é um bom escritor, mas não sabe nada sobre as mulheres.’ ‘O que você está dizendo? Eu já estive com uma porção de mulheres.’ ‘Não, não sabe nada. Vou te ensinar algumas coisas.’ Concordei. Depois, e ela disse: ‘Você é bom aluno, entende rápido’. [Bukowski faz cara de envergonhado. Não pelos detalhes, mas pelo sentimento da lembrança.] Mas esse assunto de ... Eu gosto de servir a mulher, mas isso tudo tá tão exagerado! O sexo só é bom quando você não o faz.”

ESCREVER:
“Escrevi um conto a partir do ponto de vista de um violentador de uma menininha. E as pessoas passaram a me acusar. Diziam: ‘Você gosta de violentar criancinhas?’. Eu disse: ‘Claro que não. Estou fotografando a vida’. De repente, estava envolvido com uma porrada de problemas. Por outro lado, os problemas vendem livros. Em última instância, eu escrevo para mim. [Bukowski dá uma longa tragada em seu cigarro.] É assim. A tragada é para mim, a cinza é para o cinzeiro. Isto é publicar. Nunca escrevo de dia porque é como ir pelado a um supermercado - todos te podem ver. À noite é quando saem os truques da manga... E vem a magia.”

POESIA:
“Faz séculos que a poesia é quase um lixo total, uma farsa. Tivemos grandes poetas, entenda bem. Existiu um poeta chinês chamado Li Po que tinha a capacidade de colocar mais sentimento, realismo e paixão em quatro ou cinco simples linhas que a maioria dos poetas em suas doce ou treze páginas de m... Li Po bebia vinho também e costumava queimar seus poemas, navegar pelo rio e beber vinho. Os imperadores o amavam porque entendiam o que ele dizia. Lógico que ele só queimou os maus poemas. O que eu quis fazer, desculpem, é incorporar o ponto de vista dos operários sobre a vida... Os gritos de suas esposas que os esperam quando voltam do trabalho. As realidades básicas da existência do homem comum... Algo que poucas vezes se menciona na poesia há muito tempo.”

SHAKESPEARE:
“É ilegível e está demasiadamente valorizado. Só que as pessoas não querem ouvir isso. Ninguém pode atacar templos. Shakespeare foi fixado à mente das pessoas ao longo dos séculos. Você pode dizer que fulano é um péssimo ator, mas não pode dizer que Shakespeare é uma m... Quando alguma coisa dura muito tempo, os esnobes começam a se agarrar a ela como pás de um ventilador. Quando os esnobes sentem que algo é seguro, se apegam. E se você lhes disser a verdade, eles se transformam em bichos. Não suportam a negação. É como atacar o seu próprio processo de pensamento. Esses caras me enchem o saco.”

HUMOR E MORTE:
“Para mim, o último grande humorista foi um cara chamado James Thurber. Seu humor era tão real que as pessoas gritavam de rir, como numa liberação frenética. Eu tenho um ‘fio cômico’ e estou ligado a ele. Quase tudo o que acontece é ridículo. Defecamos todos os dias - isso é ridículo, não? Temos que continuar urinando, pondo comida em nossas bocas, sai cera de nossos ouvidos... As tetas, por exemplo, não servem para nada, exceto...”.

NÓS:
“A verdade é que somos umas monstruosidades. Se pudéssemos nos ver de verdade, saberíamos como somos ridículos com nossos intestinos retorcidos pelos quais deslizam lentamente as fezes... enquanto nos olhamos nos olhos e dizemos: ‘Te amo’. Fazemos e produzimos uma porção de porcarias, mas não peidamos perto de uma pessoa. Tudo tem um fio cômico.”

GANHAR:
“E depois de tudo, morremos. Mas a morte não nos ganhou. Ela não mostrou nenhuma credencial; nós é que nos apresentamos com tudo. Com o nascimento, ganhamos a vida? Não, verdadeiramente, mas a f.da p. da morte nos sufoca... A morte me provoca ressentimento, a vida também, e muito mais estar pressionado entre as duas. Você sabe quantas vezes eu tentei o suicídio? Me dá um tempo, tenho só 66 anos. Quando alguém tem tendências suicidas, nada o incomoda, exceto perder nas corridas de cavalos.”

AS CORRIDAS: “Durante um tempo quis ganhar a vida com as corridas de cavalos. É doloroso, vigoroso. Tudo está no limite, o dinheiro do aluguel, tudo. É preciso ter cuidado. Uma vez, eu estava sentado numa curva, haviam doze cavalos na disputa, todos amontoados. Parecia um grande ataque. Tudo o que eu via era essas grandes traseiras de cavalos subindo e descendo... Pareciam selvagens. Pensei: ‘Isso é uma loucura total’. Mas tem outros dias em que você ganha 400 ou 500 dólares, ganha oito ou nove corridas, e se sente Deus, como se soubesse tudo.”

AS PESSOAS:
“Não olho muito as pessoas. É perturbador. Dizem que se você olha muito para uma outra pessoa acaba ficando parecido com ela. Pobre Linda! Na maioria das vezes eu posso passar sem as pessoas. Elas me esvaziam e eu não respeito ninguém. Tenho problemas nesse sentido. Estou mentindo, mas, creia-me: é verdade.”

A FAMA:
”É uma cadela, é a maior destruidora de todos os tempos. A fama é terrível, é uma medida numa escala do denominador comum que sempre trabalha num nível baixo. Não tem valor nenhum. Uma audiência seleta é muito melhor.”

SOLIDÃO:
”Nunca me senti só. Durante um tempo fiquei numa casa, deprimido, com vontade de me suicidar, mas nunca pensei que uma pessoa podia entrar na casa e curar-me. Nem várias pessoas. A solidão não é coisa que me incomoda porque sempre tive esse terrível desejo de estar só. Sinto solidão quando estou numa festa ou num estádio cheio de gente. Cito uma frase de Ibsen: ‘Os homens mais fortes são os mais solitários’. Viu como pensa a maioria: ‘Pessoal, é noite de sexta, o que vamos fazer? Ficar aqui sentados?’. Eu respondo sim porque não tem nada lá fora. É estupidez. Gente estúpida misturada com gente estúpida. Que se estupidifiquem eles, entre eles. Nunca tive a ansiedade de cair na noite. Me escondia nos bares porque não queria me ocultar em fábricas. Nunca me senti só. Gosto de estar comigo mesmo. Sou a melhor forma de entretenimento que posso encontrar.”

TEMPO LIVRE:
“É muito importante e temos que parar por completo, não fazer nada por longos períodos para não perdê-los inteiramente. Ficar na cama olhando o teto. Quem faz isso nesta sociedade moderna? Pouquíssimas pessoas. Por isso é que a maioria está louca, frustrada, enojada e com ódio. Antes de me casar, ou de conhecer muitas mulheres, eu baixava as cortinas e me punha na cama por três ou quatro dias. Levantava só para ir ao banheiro e comer uma lata de feijão. Depôs me vestia e saía à rua. O sol brilhava e os sons eram maravilhosos. Me sentia poderoso como uma bateria recarregada.”

BELEZA: “A beleza não existe, especialmente num rosto humano – ali está apenas o que chamamos fisionomia. Tudo é um imaginado, matemático, um conjunto de traços. Por exemplo, se o nariz não sobressai muito, se as costas estão bem, se as orelhas não são demasiadamente grandes, se o cabelo não é muito comprido. Esse é um olhar generalizante. A verdadeira beleza vem da personalidade e nada tem a ver com a forma das sobrancelhas. Me falam de mulheres que são lindas... Quando as vejo, é como olhar um prato de sopa.”

FIDELIDADE:
“Não existe. Há algo chamado deformidade, mas a simples fidelidade não existe.”

IMPRENSA:
“Aproveito as coisas más que dizem sobre mim para aumentar a venda de livros e me sentir malvado. Não gosto de me sentir bem porque sou bom. Mas, mau? Sim, me dá outra dimensão. Gosto de ser atacado. ‘Bukowski é desagradável!’ Isso me faz rir, gosto. ‘É um escritor desastroso!’ Rio mais ainda. Mas quando um cara me diz que estão dando um texto meu como material de leitura numa universidade, fico espantado. Não sei, me assusta ser muito aceito. Parece que fiz alguma coisa errada.”

O DEDO:
[Ergue o dedo mínimo de sua mão esquerda] “Você viu alguma vez este dedo? [O dedo parece paralisado em forma de “L”]. Quebrei uma noite, bêbado. Não sei porque, ele nunca voltou ao normal. Mas funciona bem para a letra ‘a’ da máquina de escrever, e - que mistério! – acrescenta coisas aos meus personagens.”

VALENTIA:
“Falta imaginação à maioria das pessoas supostamente valentes. É como se não pudessem conceber o que aconteceria se alguma coisa saísse mal. Os verdadeiros valentes vencem a sua imaginação e fazem o que devem fazer.”

MEDO:
“Não sei nada sobre isso.” [Ri]

VIOLÊNCIA:
“Acho que, na maioria das vezes, a violência é mal interpretada. Faz falta uma certa violência. Existe em nós uma energia que precisa ser liberada. Se ela for contida, ficamos loucos. Às vezes, chamam de violência à expulsão da energia com honra. Existe loucura interessante e loucura desagradável; há boas e más formas de violência. Sei que é um termo vago, mas ela fica bem se não acontecer às custas dos outros.”

DOR FÍSICA:
“Com o tempo, o cara se endurece e agüenta. Quando eu estava no Hospital Geral, um cara entrou e disse: ‘Nunca vi ninguém agüentar a agulha com tanta frieza’. Ora, isso não é valentia. Se o sujeito agüenta, alguém cede. É um processo, um ajuste. Mas não existe maneira de se acostumar com a dor mental. Fico longe dela.”

PSIQUIATRIA:
“O que conseguem os pacientes psiquiátricos? Uma conta. Creio que o problema entre um psiquiatra e seu paciente é que o psiquiatra atua de acordo com o livro, ainda que o paciente chegue pelo que a vida lhe fez. E mesmo que o livro possa ter certa astúcia, as páginas sempre são as mesmas e cada paciente é diferente. Existem muito mais problemas individuais que páginas. Tem muita gente louca para resolvê-los, dizendo: ‘São tantos dólares por hora e quando a campainha tocar a sessão estará terminada’. Isso só pode levar um cara um pouco louco à loucura total. Quando as pessoas começam a se abrir e sentir bem, o psiquiatra diz: ‘Enfermeira, marque a próxima consulta’. O cara tá aí para sugar, não para curar. Quer o teu dinheiro. Quando toca a campainha, que entre o louco seguinte. Aí o louco sensível vai perceber que quando toca a campainha, é sinal que o f... Não existem limites de tempo para curar a loucura. Muitos psiquiatras que vi parecem estar no limite deles mesmos, mas estão bem acomodados. Ah, os psiquiatras são totalmente inúteis. Próxima pergunta...”

FÉ:
“Tudo bem que as pessoas a tenham, mas não me venham enfiar isso na cabeça. Tenho mais fé no encanador que no Ser Eterno.”

CINISMO:
“Me chamaram sempre de cínico. Creio que o cinismo é uma uva amarga, uma debilidade. É dizer: ‘Tudo está uma m... Isso não tá bom, aquilo tá ruim’. O cinismo é a debilidade que evita que nos ajustemos ao que acontece no momento. O otimismo também é uma debilidade: ‘O sol brilha, os pássaros cantam, sorria.’ Isso é uma m... igual. A verdade está em algum ponto entre os dois. O que é, é. Se você não está disposto a suportar a verdade, dane-se!”

MORALIDADE CONVENCIONAL:
“Pode ser que não exista o inferno, mas os que julgam podem perfeitamente criá-lo. As pessoas estão muito domesticadas. O cara tem que ver o que acontece e como vai reagir. Vou usar um termo estranho aqui: o bem. Não sei de onde vem, mas sinto que existe um componente de bondade em cada um de nós. Não acredito em Deus, mas creio nessa ‘bondade’ como um tubo que está dentro de nossos corpos e que pode ser alimentada. Ela é sempre mágica quando, por exemplo, numa estrada sobrecarregada de automóveis, um estranho te oferece lugar para mudar de mão.”

SOBRE SER ENTREVISTADO:
“É vergonhoso e, por isso, nem sempre digo toda a verdade. Gosto de brincar e mentir um pouco. Daí que dou informações falsas só pelo gosto de distrair. Se quiserem saber alguma coisa de mim, não leiam uma entrevista. Ignorem esta, também”.

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Na verdade essa entrevista é mais longa em inglês. Aqui vai o link:
http://bukowski.net/poems/int2.php


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